Por Vinicius Sartorato
Por paz e solidariedade, em uma situação de resistência, os trabalhadores de todo o mundo lutam contra as ações ofensivas do imperialismo neoliberal da burguesia transnacional liderada pelos E.U.A..
Em uma situação de vigoroso fortalecimento da resistência dos povos frente ao unilateralismo capitalista pós-URSS, com destaque para movimentações na Europa, Ásia – em especial Oriente Médio -, mas principalmente aqui na América Latina, com a eleição de líderes não-alinhados à “política de Washington”, líderes essencialmente ligados com os movimentos sociais e organizações partidárias de esquerda que levam adiante plataformas políticas mudancistas, sustentadas na mobilização e nos interesses de forças avançadas, representativas da maioria dos povos, voltadas para a valorização dos trabalhadores, de suas respectivas soberanias nacionais, bem como novos rumos para suas nações, líderes que buscam novos modelos de desenvolvimento social, baseados na ampliação dos mercados internos de seus países, bem como a expansão da capacidade de consumo das massas populares que necessitam de melhores condições de vida, rumando para uma maior integração regional atuando em defesa dos direitos trabalhistas fundamentais, contra precarizações do mercado de trabalho, respondendo com ampliação do nível de democracia, visualizamos o fortalecimento do MERCOSUL sob uma nova orientação que pensa a universalização dos direitos sociais; verificamos também a defesa e valorização do serviço público, determinando assim um outro papel “estratégico” do Estado para uma vida melhor para todos e neste caminho, nos confrontamos com os Tratados de Livre Comércio (os TLC's) alternativos à ALCA “rechaçada” por esses mesmos líderes, mas fundamentalmente por seus compatriotas, trabalhadores.
Entretanto, muitas contradições permanecem vivas nessa disputa entre o velho e o novo, ou melhor, no caso brasileiro, com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva, compuseram sob um novo cenário, novas características. Do lado do governo desenvolveu-se uma valorização concreta do salário-mínimo; uma ampliação real na geração de emprego formal com carteira assinada; um fortalecimento da organização sindical, através do reconhecimento legal das centrais sindicais; adicionado também a características ortodoxas, refletidas em vários ministérios importantes, como o da Fazenda, assim como órgãos como o Banco Central. Isto é, a manutenção de orientações, idéias e práticas como um alto superávit primário, acompanhado com altos juros e ameaças à autonomia do BC. Por outro lado, o lado dos trabalhadores, em especial da CUT, verificamos um correto apoio à eleição de Lula frente à continuidade neoliberal liderada pelo PSDB-PFL, entretanto um comportamento em que a Central nem sempre soube tratar corretamente, trata-se do princípio da autonomia sindical, dado que limitou-se muitas vezes ao diálogo com o governo subestimando o papel da mobilização. Neste sentido, ao longo do mandato, foram realizadas as duas Marchas Nacionais em Defesa do Salário Mínimo (2004, 2005); várias mobilizações sob liderança da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), em defesa do governo Lula e contra o golpismo da direita neoliberal. No entanto, mais uma vez, permaneceram várias contradições, entre elas vale lembrar a complexa participação no Fórum Nacional do Trabalho, que resultou na rejeição unânime de seu projeto de Reforma Sindical, levando ao não-reconhecimento do direito à organização no local de trabalho; a manutenção do imposto sindical, bem como à não-contribuição “de dever” do movimento sindical por razões subjetivas (o nível de consciência política dos trabalhadores e a orientação política das direções, que abrem espaço para um sindicalismo de prestação de serviços) e também razões objetivas (como o desemprego crônico - muito maior entre os jovens - e a reestruturação produtiva). Por isto, o movimento sindical deve se colocar à altura de seus desafios postos pela dinâmica da luta de classes após a eleição de Lula.
Enfim, uma nova perspectiva, é a do sindicalismo anticapitalista e unitário, de modo, a defender melhor os interesses da classe trabalhadora no Brasil. Neste caminho, o sindicalismo deve destinar seus esforços de forma decisiva para a formação de novos quadros, e isso vale ressaltar, pois trata-se de uma frente importantíssima da perspectiva política-estratégica do sindicalismo anticapitalista objetivado aqui, contribuindo destacadamente com a renovação fundamental dos sindicatos e da sociedade.
Com essa avaliação, devemos aprofundar mais no tocante à situação dos jovens trabalhadores brasileiros, que passam diversas dificuldades e têm como seu principal drama o mundo do trabalho, que por sua vez têm sido uma questão de sobrevivência que acaba antecipando e dificultando – muitas vezes na ilegalidade – sua permanência e desenvolvimento educativo. Posto isso, o alto nível de desemprego juvenil torna-se uma preocupação maior que o próprio estudo, dado que é questão de sobrevivência no país e chega aos 50% do total de brasileiros desempregados. Conseqüentemente, os jovens trabalhadores brasileiros demandam mudança da política macro-econômica; medidas e mecanismos que ampliem a distribuição de renda e a participação dos jovens em todos os processos sociais devidos; maior geração de emprego formal com carteira assinada; redução da jornada de trabalho sem redução salários; regulamentação dos estágios e combate às diversas formas de precarizações dos jovens trabalhadores que desdobram-se em várias ações, como as falsas cooperativas e o assédio moral constante.
Nesta lógica, a partir de 1997, a CUT passa a olhar de maneira diferenciada, dando maior valor às questões dos jovens trabalhadores, fato este que resultou em 2000, na constituição do Coletivo Nacional de Juventude da Central, que “de lá pra cá” contribuiu essencialmente para o desenvolvimento de alguns coletivos estaduais (S.P.,M.G.,E.S.,R.S. E C.E.), bem como ramos de atividade dentro da central (CNM, CNQ, CNB, CONTRACS, FETRAF's e CONTAG). Com maior visibilidade, desenvolveram-se também iniciativas de campanhas específicas de sindicalização entre outras, por isso tudo não podemos subestimar essa situação e devemos buscar avançar mais e melhor no tocante à organização dos jovens trabalhadores brasileiros.
Para isto, torna-se fundamental ampliarmos nossa organização; utilizarmos “novas armas” e linguagens, associados ao movimento estudantil, artístico-cultural, de lazer-esportivo, desembocando em políticas públicas de juventude garantidas em espaços formais e legítimos de participação ao exemplo do Conselho Nacional de Juventude, o qual participamos ativamente e devemos ser mais ativos ainda, em todos os sentidos, pois, não podemos estar aquém dos novos desafios, precisamos do desenvolvimento de políticas emergenciais (1 o Emprego; 1 a Terra; Escola da Fábrica; Pontos de Cultura; Soldado Cidadão, PROJOVEM, PROUNI entre outros), mas principalmente de políticas estruturais que incluam nossos jovens trabalhadores de modo digno neste mundo.
Por tudo isto, a frente de jovens trabalhadores da CSC-UJS, deve estar atenta e dirigir às assembléias de núcleo de base nos locais de trabalho, fundamentalmente nos grandes centros urbanos de nosso país, respeitando as demandas de cada local, pontuando planos de estruturação e objetivos determinados coletivamente; assim, devemos estar conscientes da necessidade de pautarmos e debatermos mais e mais nossa situação em reuniões, plenárias, enfim, no processo dos Congressos municipais e estaduais da UJS, rumo à uma grande mobilização nacional de jovens trabalhadores organizados na nação e na UJS, bem como na construção de seu congresso nacional, fortalecendo nosso projeto político, sem perder de vista a importante ação conjunta e em frente com a CSC na construção dos encontros estaduais e também, o nacional da juventude da CUT indicado para o mês de julho próximo na capital paulista.
Fique atento e não vacile, a palavra de ordem é Organização! Organização! Organização!
junho 06, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário